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Como a pesquisa por Inteligência Artificial impactará o SEO

Resultados de pesquisa por Inteligência Artificial (IA) com os quais os usuários podem interagir já são uma realidade. Assim, temos dois caminhos: os profissionais de marketing podem ficar irritados e não fazerem nada, ou podem analisar o que está por vir e se preparar.

O Google, embora não tenha sido o pioneiro, já se preparou para essa nova era e lançou uma nova funcionalidade chamada Experiência Gerativa de Pesquisa (SGE em Inglês), permitindo aos usuários ver mais imagens e vídeos por meio de uma caixa de resumo colorida no topo dos resultados de pesquisa.

Ainda em fase experimental, o SGE promete transformar a maneira como interagimos com os resultados de pesquisa. Por enquanto, o formato funciona apenas nos Estados Unidos, Japão e Índia.

Segundo publicado pelo jornal The New York Times, em abril deste ano, o Google parece testar um novo buscador baseado em sistemas de IA. O “Projeto Magi”, como é chamado, deverá ser o próximo passo da Bigtech na corrida dos sistemas de IA, para superar seu maior rival atual – o ChatGPT.

Lembre-se: O que é experimental agora pode se tornar a norma nos próximos um ou dois anos.

Mais a frente veremos como funciona o Google SGE.

Como se Preparar para a Pesquisa por IA

Existem múltiplos motores de busca por IA que estão oferecendo novas formas de pesquisa que vão muito além do Google SGE, portanto, vale a pena analisar o que eles estão fazendo também.

Um motor de busca por IA que possui uma boa tecnologia e pode causar uma disrupção na pesquisa é o Perplexity AI, por exemplo.

No momento da escrita, a consulta de pesquisa “Dia Mundial da Saúde Mental” e “Hazard” estavam em alta no painel de tendências diárias do Google.

Logo, fizemos uma pesquisa no Perplexity AI para ver como ele lida com uma consulta de pesquisa em tendência.

Captura de tela dos SERPs (Páginas de Resultados de Pesquisa) do Perplexity AI:

Imagem mostra resultado de uma pesquisa realizada na plataforma  Perplexity AI
Resultado da busca no Perplexity AI
Pesquisa em plataforma de IA sobre Eden Hazard
Pesquisa sobre o jogador Eden Hazard

A consulta “Qual é a melhor maneira de construir links para um site” mostra este resultado:

Imagem mostra resultado da pesquisa para "Qual é a melhor maneira de construir links para um site"
Interface do Perplexity AI é simples e rápida

Se o Perplexity AI for o futuro dos SERPs, então o título é importante para atrair cliques. Além disso, o ícone do site ganha importância também. Notaram, como o ícone do site do Governo Federal se destaca na primeira busca? Já na segunda pesquisa, é ícone da Ahrefs que aparece em destaque.

Em suma, observar os SERPs e determinar quais sites se destacam mais é algo com o qual teremos que nos acostumar.

Portanto, ao invés de ficar irritado, dê uma olhada no que o motor de busca por IA está fazendo e identifique o que um site pode fazer para se sair melhor e atrair mais cliques.

SEO para a Experiência Generativa de Pesquisa do Google

Uma afirmação que começa a rodar no setor do Marketing Digital é que o SGE pode reduzir os cliques para sites. Mas, depois de considerarmos isso cuidadosamente, discordamos.

A primeira coisa que está errada na ideia de que o Google vai destruir o tráfego dos sites é que o conceito das SERPs como os “Ten blue links” (dez links azuis) não existe mais, ou seja, o top 10 do ranking do buscador.

Imagem mostra resultado de pesquisa do Google quando só apareciam links
O Google já foi assim um dia…

Pode-se dizer que o paradigma dos dez links orgânicos começou a desaparecer com a introdução da Pesquisa Local do Google em 2004.

Após, em 2005, o Google começou a exibir fatos rápidos, respostas rápidas a perguntas sobre celebridades, ciência e outras consultas baseadas em fatos.

O paradigma dos dez links azuis essencialmente desapareceu em 2014, depois que o Google introduziu Snippets em Destaque e Google Local Pack em 2014, bem como muitos outros recursos de pesquisa.

Imagem mostra exemplo de resultado de Google Snippets
Google Snippets
Imagem mostra resultados de uma pesquisa por restaurantes em Botafogo
Google Local

A única posição nas SERPs que tem importado nos últimos nove anos (na verdade, mais do que isso) é as três primeiras posições. Logo, não podemos afirmar que a SGE vai impactar o tráfego das SERPs orgânicas, porque ele já não é tão relevante para links abaixo dos três primeiros.

Aqui está o que devemos considerar:

  • Em geral, os três primeiros resultados de pesquisa consistentemente recebem a maioria dos cliques;
  • Anúncios e os três primeiros resultados dominam;
  • Tudo abaixo dessas posições perde relevância.

Para consultas de pesquisa imprecisas, os três primeiros resultados às vezes também não são tão importantes porque o Google está refinando essas consultas com coisas como “As Pessoas Também Perguntam”, vídeos e links destacados para notícias.

Os Três Primeiros Orgânicos

O que é interessante sobre o Google SGE, e não acreditamos que seja uma coincidência, é que ele mostra três resultados de pesquisa.

Considerando que os três primeiros resultados são os que sempre foram mais clicados, faz sentido que o Google leve isso para a Experiência Generativa de Pesquisa.

Apenas tirando um momento para considerar as coisas cuidadosamente, a ideia de que o apocalipse da IA está chegando para destruir as SERPs acaba sendo mal considerada e exagerada.

Imagem mostra captura de tela detalhada da SERP do Google SGE
Captura de tela detalhada da SERP do Google SGE
Imagem Captura de tela detalhada da SERP do Google SGE
Captura de tela detalhada da SERP do Google SGE

Portanto, os três primeiros resultados ainda estão lá, além de um link para mais páginas da web.

Supomos que a presença dos três primeiros resultados no SGE seja uma decisão do Google de continuar mostrando as páginas da web mais clicadas nas SERPs, os três primeiros, porque essas são as páginas da web que sempre foram mais importantes.

Mas, como pode ser visto na captura de tela acima, há um link para mais resultados de pesquisa.

Existem algumas SERPs experimentais do SGE em que o Google incorpora links contextuais dentro do resumo gerado.

Links contextuais podem ser considerados uma vantagem para os sites vinculados dentro de um resumo, porque, em geral, esses tipos de links tendem a receber mais cliques do que links do tipo imagem que se parecem com anúncios.

SEO para o Google SGE

O Google tem se esforçado há anos para se tornar um mecanismo de busca de linguagem natural que não depende de palavras-chave. Isso é basicamente uma realidade agora.

BERT e outras tecnologias transformaram a maneira como as páginas da web são compreendidas e subsequentemente classificadas.

Contudo, o paradigma de SEO de criar conteúdo que faça sentido, seja útil, tenha o tamanho apropriado, provavelmente continuará sendo importante. Inclusive, você por ler um blog completo sobre isso no link.

No entanto, obter cliques a partir do estilo atual das SERPs do SGE pode exigir uma reflexão profunda sobre como selecionar uma imagem destacada que se destaque e comunique sobre o que o tópico se trata.

A Experiência Generativa de Pesquisa do Google pode um dia se tornar o método padrão de pesquisa, por isso é uma boa ideia ficar de olho em como o SGE lista os sites.

Pensar claramente sobre imagens em destaque provavelmente é uma boa coisa a se fazer agora, porque é importante para o tráfego no Google Discover em termos de atrair atenção.

Conclusão

Saber como fazer SEO para a Pesquisa por IA do Google não é uma questão trivial. A pesquisa por IA generativa, da forma como está atualmente implementada, utiliza uma combinação de busca generativa e algoritmos de classificação tradicionais.

Isso pode mudar. Motores de busca de startups já estão implementando resultados de pesquisa que dependem mais fortemente da IA.

Mas vamos enfrentar essa tempestade quando chegarmos lá. Por enquanto, há outras chuvas para lidarmos.